Carros elétricos perdem até 50% do valor em um ano, diz estudo
Um levantamento feito pela Wired mostrou um cenário curioso do setor de carros elétricos, ao menos em países como Estados Unidos e também no Reino Unido. Segundo o estudo, uma série de carros elétricos está desvalorizando em um ritmo bastante acelerado.
A pesquisa indica que automóveis de uma diversas montadoras, como Audi, Porsche e Tesla, estão perdendo até 50% do valor depois de um ano da compra. O comportamento varia entre regiões e montadoras, mas os dados trazem algumas dúvidas sobre o setor a longo prazo.
Esses valores foram encontrados em especial em sites ou empresas de revenda de carros elétricos — o Ford Mustang Mach-E desvalorizou em 12 meses de 59,3 mil libras esterlinas (cerca de R$ 417 mil em conversão direta) para 28,5 mil libras (aproximadamente R$ 200 mil). Até mesmo sucessos de venda, como o Tesla Model 3, apresentaram uma desvalorização de 45%.
E, se por um lado isso significa que há um aquecimento do setor de usados, cada vez mais consumidores podem evitar comprar um automóvel novo por medo dessa redução em uma possível revenda.
O estudo da Wired notou ainda que a quilometragem dos veículos não impacta tanto no estabelecimento do preço, ao contrário do que se poderia imaginar. O ano de lançamento do modelo ainda é tido como o fator mais relevante no momento da desvalorização desses modelos. Além disso, modelos a combustão até também desvalorizam bastante, mas o ritmo é menor do que no caso dos elétricos.
Por que isso está acontecendo?
O levantamento da Wired aponta uma série de razões para essa rápida desvalorização, sem que uma delas seja necessariamente a mais determinante. Um dos pontos é o fator pandemia da covid-19: a produção de automóveis no geral caiu bastante durante as fases de confinamento, e o problema casou com a crise de chips do período, que afetou diretamente carros modernos.
Além disso, donos de carros elétricos tendem a trocar de modelo depois de pouco tempo caso não se adaptem. Até mesmo os próprios descontos normalmente oferecidos pelas montadoras impactam nessa desvalorização, já que fazem os preços mudarem muito com o tempo.
Os fatores práticos incluem o receio pelo desgaste da bateria, que é cara de ser trocada, além de especificações técnicas que mudam muito entre os modelos — como autonomia, padrão do conector e velocidade de recarga, em um ritmo mais acelerado do que em modelos de combustão.