Estados dos EUA processam TikTok por danos à saúde mental de jovens
A ByteDance, dona da rede social TikTok, virou alvo de ações judiciais em diferentes estados dos EUA. A empresa chinesa é acusada de manter uma ferramenta digital que prejudica a saúde mental de crianças e adolescentes.
Os processos foram abertos nesta terça-feira (8) em cortes distritais, o que significa que eles serão julgados separadamente e podem ter resultados que diferem. Todos são resultado de investigações feitas por procuradores de várias regiões desde 2022, reunindo tanto representantes conservadores quanto progressistas.
"Ela está lucrando pelo fato de estar viciando jovens na plataforma", diz o procurador geral de Columbia, Brian Schwalb.
Até o momento, a ByteDance não se pronunciou sobre os novos processos — a companhia também corre o risco de ter a rede social suspensa em todo o país caso o banimento já sancionado por Joe Biden e aprovado por parlamentares realmente siga adiante. Os novos julgamentos ainda não têm data para acontecer.
O que os processos criticam no TikTok
O principal argumento dos processos é de que o algoritmo do TikTok e abas com recomendação de conteúdo, como o Para Você (For You), tornam crianças viciadas na plataforma e são "indutoras de dopamina" para manter jovens horas sem tirar os olhos da tela.
São listados também como danosos os recursos de rolagem infinita da tela e o alto número de notificações no celular, que impedem usuários de se manterem longe do serviço. Tudo isso levaria o público a "profundos danos psicológicos e fisiológicos", segundo a ação judicial do distrito de Columbia, um dos locais que oficializou a ação judicial.
Outros recursos da plataforma também são alvo de críticas, como as TikTok Coins e o envio de presentes pagos para streamers, o que gera uma "economia virtual sem licenciamento" e com circulação até de conteúdo adulto em um ambiente frequentado por menores de idade.
Os filtros de imagem também chamam atenção das autoridades, já que fazem modificações na pele e até no corpo — criando uma sensação de desconforto com a aparência e padronização que também é prejudicial para jovens.
Em uma entrevista recente, o CEO da Meta e cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, rejeitou a ideia de que há relação entre redes sociais e saúde mental de jovens. Pesquisas de anos anteriores, porém, já encontraram efeitos negativos em especial com meninas adolescentes no Instagram.