Kaspersky deixa os EUA e instala outro antivírus no lugar sem avisar
A empresa de cibersegurança Kaspersky cravou oficialmente a sua saída do mercado dos Estados Unidos. A companhia foi impedida de continuar atuando no país após um banimento do governo, mas a sua transição gerou uma nova polêmica.
Relatos de usuários que usavam o Kaspersky indicam que a companhia nos últimos dias forçou a desintalação do aplicativo de antivírus de computadores em território norte-americano. O problema? No lugar, ela colocou a ferramenta de segurança UltraAV nas máquinas, sem pedir autorização prévia ou avisar os clientes com antecedência.
A empresa de origem russa só indicou que assinantes dos serviços pagos continuariam com a cobertura da UltraAV, que é uma parceira da companhia. "Nós próximos dias, você receberá comunicações da UltraAV com instruções sobre como ativar a sua nova conta", diz o único email enviado pela Kaspersky sobre o assunto.
Até pela falta de informação, alguns usuários que se depararam com o programa de um dia para o outro acharam até que foram infectados por algum tipo de ameaça e que o UltraAV era na verdade um malware disfarçado. Além do pacote de ferramentas de segurança, o programa UltraVPN também foi instalado em alguns casos.
Segundo um comunicado oficial emitido depois das reclamações, a instalação forçada veio a partir e uma atualização da Kaspersky que "facilitou a transição" ao novo serviço e impediu que o público ficasse sem proteção nos dispositivos por alguns dias.
O banimento de empresas estrangeiras dos EUA
A administração de Joe Biden anunciou o banimento de serviços e produtos da Kaspersky em junho deste ano. Como respostas, a própria companhia decidiu encerrar as atividades no mercado local e não brigar pela permanência.
A dona do tradicional antivírus foi acusada de ser um risco para a segurança nacional do país, em especial pela origem russa e supostas práticas de espionagem e vigilância a mando do governo ou de outras corporações. O argumento é similar ao que o governo tem usado para reduzir a atuação de outras marcas de tecnologia, em especial vindas da China.